sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

PORQUE COMEMORAR O NATAL

O natal tem sido combatido por alguns cristãos, que alegam que ele é a festa pagã do culto ao Sol. Estabanamento puro. Escolheu-se esta data, entre outras, porque Cristo é o sol da justiça (Ml 4.2). Outros combatem a árvore de natal, dizendo-a vir culto pagão às árvores. Mas a Bíblia se abre e fecha com a presença de uma árvore (Gn 3.9 e Ap 22.14). A prática veio de Lutero, que enfeitou uma árvore em seu quintal, para comemorar o natal.


O cristianismo e a Bíblia expressam as verdades de Deus na cultura existente.  Aplicamos o nome “Emanuel” a Jesus, mas o Emanuel de Isaías 7.14 é Ezequias, filho do rei Acaz, a quem o profeta se dirigiu, tanto que em Isaías 8.8 o Emanuel está vivo e recebe uma mensagem de Isaías. Os quatro títulos aplicados a Jesus, em Isaías 9.6 (“Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”) eram usados na sagração do novo Faraó, no Egito. O profeta os aplicou a Jesus. Ele é o Messias, mas Deus diz que Ciro é “seu ungido” (Is 45.1), em hebraico, messhyhu, “messias dele”. A igreja nascente adaptou passagens do Antigo Testamento para firmar seus conceitos. A “virgem” de Isaías 7.14 foi aplicada a Maria, em apoio ao nascimento virginal de Jesus. Mas é a esposa de Acaz, mãe de Ezequias, e o termo hebraico, almah, significa, primeiro “uma jovem na idade de se casar, uma donzela”. O termo foi entendido como “virgem” pelos tradutores da Bíblia Hebraica para a Bíblia Grega. Eles usaram parténos, “virgem”. Isto direcionou nossa leitura para este aspecto. Mesmo que almah não signifique, primeiramente, “virgem” e se aplique, primeiramente, à esposa de Acaz, isto não invalida o nascimento virginal de Jesus. O Novo Testamento o afirma (Mt 1.18). Não é preciso negar tudo porque se descobriu um aspecto que não corresponde ao que pensávamos. É insensatez jogar tudo fora por causa de uma parte. Meio entendimento é pior que entendimento algum. Principalmente se produz estabanamento intelectual.
Natal não é festa pagã. Dizer isto é falta de inteligência. É a comemoração do nascimento de Jesus. Se a data não foi 25 de dezembro, qual é o problema?  A páscoa, quando se comemora a morte de Cristo, cada ano cai num dia. Mas não invalida a morte vicária de Cristo.
A postura de alguns em reinventar e redescobrir o evangelho é prejudicial. Pergunte a um cristão sincero, não desses que estão reinventando o evangelho, o que ele comemora no dia 25 de dezembro. Ele dirá: “O nascimento de Jesus”. Na falta da data certa, ficou-se com esta. Qualquer outra suscitaria uma crítica de alguém. Que critiquem.
O erro não é comemorar o natal de Jesus. O erro é trocá-lo por Papai Noel, é olhar o aspecto apenas humano e sentimental da ocasião e esquecer o aspecto espiritual.  Por isto, comemore o natal. Com gratidão a Deus. Louve-o por seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador. E ignore a rabugice de outros. Natal é para lembrarmos que Deus se fez homem e habitou entre nós.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastor da Igreja Batista Central de Macapá – AP